A luz que me acordava já não iluminava mais
O som insuportável que ouvira todos os dias não ecoava mais
sobre meus ouvidos
Meus tiques e manias matutinas não manifestavam-se
O que normalmente ocorria, não acontecia
Sensações diferentes tinham o absoluto controle de mim
A água parecia seca e tóxica
Descia mutilando minha garganta como se fosse álcool
Meu estomago absorvia o líquido como se fosse pólvora
A comida não parecia comestível
O tempero não tinha se quer um sabor
Ou tinha, mas um gosto que eu nunca havia experimentado:
O nada, o vazio
Meu organismo já não obedecia mais meu cérebro
Minhas pernas paralisavam e não me deixavam continuar
Nenhuma anestesia amenizaria a erupção que acontecia dentro de
mim
Impulsos me controlavam e me enfraqueciam
Minha respiração me sufocava e dava calafrios
Meu grito de desespero convertia-se em silêncio
Parecia que o desconhecido me possuía
Havia um conflito entre meus medos e reflexões
contraditórias
Definições infinitas e interrogações formavam-se em minha
mente
Procurando de alguma forma um refúgio ou respostas
Entretanto o incompreensível de alguma forma controlava meus
estranhos impulsos
Acalmava-se, acostumava-se e cicatrizava-se
Este estranho dia,
Quando eu encontrei-me com o novo, o desconhecido e
desesperei-me
Foi o dia em que eu consegui ser regularmente normal
Tudo estava bem